15.4.07

Ele sorri enquanto passeamos pelas ruas da minha fantasia, diz palavras gentis e vive na mesma casa poeirenta que o bicho-papão que me perseguia em criança. Passamos a ponte azul, por cima do Rio de Algures. Ele vive em mim tal como eu nele, os seus olhos castanhos são espelho dos meus próprios olhos. O cabelo cai-lhe até à altura das orelhas, talvez um pouco mais, depende da direcção do vento... Na última noite que estive com ele reparei que tem um furo na orelha, além das duas argolas no lábio. É alto e magro, a pele é branca como a neve. Tem um ar misterioso... exótico.
Naquele dia de que me lembro tão bem estávamos a ir para o ensaio da banda. Ele toca bateria e eu canto... É boa companhia nos dias em que me sinto tão só. Viro-me para o vazio e falo com ele.
E foi nessa primeira noite que acordei. Tinha adormecido com os phones nas orelhas, daí a banda. Sorri. Talvez ele desse um bom baterista. E adormeço outra vez...
Desta vez estamos numa sala de bilhar, ele joga, eu vejo. Gosto de passar assim as tardes com ele. Faz-me sentir mais eu e mais segura. "Gê..."
Gê, onde estás? Onde estás? Revela-te! Aparece dos meus sonhos... vem para onde te possa sentir, saí da minha mente escura. Não é lugar para ti. Vem para o meu mundo e volta a passear comigo por uma rua qualquer...

1 comment:

Anonymous said...

tanta profundidade...os sonhos sao sempre bons para filosofar