21.4.07

Máquina do tempo

Acho que me enganei, época histórica errada... Olho para ti e não me identifico. Estás podre e já não prestas. Desesperas pelo equilíbrio mas na verdade os teus dedos deslizam e estás tão perto, quase demasiado perto de cair. Tu és o falhanço completo e nós a meta da decadência mental. Risos de escárnio a ti são dirigidos e tu desvias o olhar sem compreender. Depois, vingas-te e surpreendes, matas, magoas, torturas. Quem outrora te achou frágil agora arrepende-se e teme-te. O Mundo, a Terra está a perder-se. Quem mais os culpados senão nós? Quem é que não pensa? Quem é que roubou o horizonte com os edifícios monstruosos? Quem trocou as carroças pelos carros e roubou o ar fresco a maresia ou a arvoredo? Quem matou?

O que faço eu nesta época? Quero ver o mar, as árvores, senti-los tão perto como se fizessem parte de mim. Quero passear pela floresta com um vestido até aos pés, descalça para sentir o que me rodeia. Quero ser o mais eu possível! Mas como é que posso? Com vocês aqui, sempre a julgarem-me, a dizerem o que está certo?
Estou na época errada. O mundo está podre, as pessoas estão podres, são uma imitação inútil de um outro alguém...

1 comment:

Fátima said...

uma pessoa anda cansada e só vê isto ao final do dia. ou da noite..
não sei se vivia noutra época, sabes? antes era tudo demasiado desconhecido. a vida é mesmo assim,as pessoas cansam-se. não vale a pena negar..