20.4.07

Sombras

Filas de pessoas. Hesitam, empurram, sufocam. Para onde quer que nos viremos há sempre alguém, fazem todo o espaço parecer minusculo. Marcham, empurram, caem, pisam e passam por cima.

Os chapéus pretos apertam os crânios e parecem ships onde são guardadas as informações de manipulação que os de cargos mais elevados lhes impingem. As gravatas asfixiam fazendo-os parecer enforcados inocentes das acusações do exterior. Os fatos da melhor marca para mostrarem o poder dominante. As pastas que guardam papéis escritos com coisas que só tornam a imaginação cada vez mais inexistente, apagam tudo o que é criativo. Marcas, taxas, propriedades, probablidades, acções, estatísticas, porcarias... Os sapatos que brilham constantemente, aos quais puxam o lustro todos os dias para dar a ilusão de que são mais altos, mais importantes. E o ar, arrogante, reprovador, resmungão. Sombras que por aí passeiam, cujo lema é a monotonia e a limitação.

4 comments:

Anonymous said...

cheguei á conclusão que tu és eu

Litchi said...
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Litchi said...
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Litchi said...

Duvido, eu já sou a outra, os textos anteriores eram da Angel, este é meu, Nabos...