9.4.07

Sou rodeada por uma imensa multidão de pessoas mutiladas. Sinto-me só. A todas elas lhe foi retirada a única parte que lhes valhia. E passam por mim. Sem trocar uma palavra ou um simples sorriso. E lá vão, no seu negro desfile. A todas elas lhes falta a alma.
Naquele momento em que me sinto tão só, visto-me de branco e sorrio a quem passa. Mas isso apenas aumenta a minha angústia, à medida que passam por mim carregadas de olhares hostis e desconfiados. Nos seus lábios palavras ficam por dizer. Não me questionam e parecem sentir-se aliviadas ao voltarem ao seu passo habitual... apressado... metronómico... escuro.
Um novo mundo chama-me para o Infinito por detrás de todo o conhecido, tal como o sorriso inocente de uma criança a quem é dado um doce. E de repente não estou só. Alguém me sorri, do outro lado da rua. Alguém que se esconde por detrás dos seus cabelos negros como a noite. Alguém que me observa com uns olhos de um verde intenso, com um sorriso enigmático.
Não tento alcançá-lo. Finalmente posso mergulhar no doce sorriso do céu. Ninguém repara na rapariga caída na rua. Todos seguem o seu caminho.
Quanto ao anjo... nunca ninguém se apercebeu da sua presença a não ser eu.

xangelxofxsadnessx

P.S - não sei o que significa... saiu-me. E o xangelxofxdarknessx foi só para utilizar a ideia do David x)

2 comments:

Fátima said...

ai! a angel sabe escrever forte e profundo. senti o momento todo pá! e como gostei.

bettencourt said...

fizeste-me lembrar "o perfume"
tás lá